“Took a lonely feeling
Just to let the meaning
Sink like the sun goes down
Never close to heaven
Felt my feet were burning from the same red hot ground”
Just to let the meaning
Sink like the sun goes down
Never close to heaven
Felt my feet were burning from the same red hot ground”
– Um ano atrás –
David se sentia idiota. Idiota por estar se
culpando por algo que antes ele não via problema algum.
Quantas vezes ele já não planejara
fazer aquilo? E agora que realmente fizera, estava se sentindo uma
pessoa horrível. Ele só queria descobrir o porquê.
Ela tinha namorado. Bem, era só o
cara não ficar sabendo. Ou então David faria uso das
aulas de judô que frequentava anos atrás.
O cara estava do outro lado do país.
E sem previsão certa para voltar. Não tinha como ele
saber, só se a namorada lhe contasse - o que David duvida
seriamente. Fazer isso pelas costas dele, no entanto, mesmo a menina
estando claramente precisando de atenção, era muita
sacanagem. Mas ela estava lá, e David também... somente
aconteceu.
Ela era a melhor amiga da sua “irmã”.
Certo, isso nem era um problema. Pode ser retirado da lista.
O garoto estava tão compenetrado na tarefa
de tentar descobrir o que lhe fazia sentir culpado por ter beijado
Rachel Martin que demorou alguns segundos para notar a movimentação
ao seu lado, só despertando completamente quando Nicholas
estalou os dedos em frente a sua cara.
- Tava em que galáxia, cara? - Nick,
Jeremy, Madison e Lexie estavam sentados na mesa que ele ocupava,
olhando-o de forma divertida. Deveriam estar tentando chamar sua
atenção havia algum tempo. Não que ele se
importasse com isso.
Ele ia responder com alguma gracinha quando Lexie
o interrompeu, olhando com os olhos arregalados para o portão
do Roundview.
- Não acredito!
Os outros quatro adolescentes olham na mesma
direção, procurando o que deixara a loira tão
chocada. Até que eles encontram: atravessando o pátio,
estava Rachel, andando de mãos dadas com um garoto loiro.
David joga-se contra o encosto do banco,
olhando-os sem acreditar em seus olhos, se sentindo a pessoa mais
azarada do Universo. O que aquele cara estava fazendo ali? Era para
Cody estar na maldita clínica de reabilitação,
se desintoxicando de todas as drogas consumidas nos últimos
meses, não andando todo sorridente ao lado de Rachel, e pior:
na sua direção!
- Cody! Quando que você voltou? - Madison e
Alexandra se levantam para cumprimentá-lo com um beijo na
bochecha, numa felicidade que David achou completamente
desnecessária. Qual é! O moleque era um
drogadinho filho da puta, que só meteu Rachel em encrenca por
causa disso! Como elas podiam apoiar aquela relação?
- Ontem mesmo. E aí, caras, beleza? - era
só o que faltava! Até Jeremy e Nick estavam
cumprimentando o filho da mãe!
Mas se acham que David iria fazer o mesmo, saibam
que estão muito... certos, porque David Thompson era bem esse
tipo de sínico sem-vergonha mesmo.
~”~
- Mas Cody já está de volta? - a
garota estava deitada na cama de Matthew, lendo em seu celular a
mensagem que acabara de chegar. Era sua amiga Alison lhe contando a
mais nova notícia e, claro, perguntando onde ela estava.
Jessica responde rapidamente que iria se atrasar e devolve o celular
ao criado-mudo, ajeitando-se sob o lençol.
- E o que você esperava? Todo mundo acha
que o filho do Senador só estava tendo um momento, se
ele ficasse mais tempo por lá, todos saberiam que ele é
um puta de um viciado das antigas. - a garota dá de ombros,
observando o garoto ao seu lado se mexer e ficar por cima dela, com
os braços apoiados ao lado de sua cabeça. - Na verdade,
ele é um garoto de sorte.
Matthew também era, em sua concepção.
Afinal não era qualquer um que podia ficar com Emily e
Jessica quando e quantas vezes quisesse. Esse negócio de
poligamia era a melhor coisa que já inventaram, na real!
- E não podia ter voltado em hora melhor.
- ela solta um suspiro no meio de sua fala, ao sentir os lábios
de Matty em seu pescoço. Talvez devesse ter dito à Ali
que não iria para o colégio hoje. - Ela com
certeza vai usar isso.
- A foto?
Jessica engole em seco, sentindo como se
estivesse fazendo alguma coisa muito errada. Mesmo que gostasse de
proferir pra quem quisesse ouvir o quanto David estava morto pra ela,
Jessica ainda não se sentia bem fazendo essas coisas com ele.
Se bem que aquilo poderia ajudá-lo a se livrar do namorado da
garota que ele queria. E olhando por esse lado, ela até podia
fingir que estava fazendo isso a favor dele.
- A foto.
~”~
“It's getting hard to
listen
When the clock is ticking
Counting down the days gone by
Praying for an answer to another question
That will only leave you dry”
When the clock is ticking
Counting down the days gone by
Praying for an answer to another question
That will only leave you dry”
Os gritos continuavam altos e irritantes como ele
se lembrava. Passara três meses ouvindo os gritos suplicantes
dos outros pacientes passando pela pior fase da abstinência e
nenhum deles, incluindo os próprios, chegava a incomodá-lo
como aqueles que ele ouvia agora.
Nada como retornar ao doce lar... Bem, Cody não
saberia dizer, pois nunca se sentira em casa ali. Também não
achava que seus pais já tivessem. Talvez no início,
quando Cody era ainda um bebê e eram tudo flores na carreira
política do pai. Mas não agora. Não depois de
perceberem que não se amavam mais, não depois das
puladas de cerca de ambos os pais... Não depois das drogas. A
mãe culpava o distanciamento do pai e o pai culpava a
futilidade da mãe. Como se não fossem ambos distantes e
fúteis em igual proporção. Talvez fosse por isso
que se odiavam, eram parecidos demais.
O garoto estava considerando a ideia de fugir por
algumas horas (já que estavam sob ordem expressa de não
deixar a casa sem supervisão), quando percebeu o pacote na sua
mesa. Era uma caixa pequena, quadrada, prateada com um laço
branco amarrado à ela. Cody a examinou e, não
encontrando nenhum tipo de identificação, desfez o laço
e puxou a tampa. Encontrou três saquinhos com pó dentro
e dois frascos cheios de pílulas.
Deveria jogar aquilo fora, afinal não
sabia quem lhe deixara a caixa e estava somente a dois dias fora da
reabilitação. Tinha que ser mais forte do que isso. Mas
então ouviu o barulho de
algo se quebrando no quarto dos pais e decidiu que foda-se.
~”~
Achou que
conseguiria ser forte quando passou os dois próximos dias sem
lembrar da caixa escondida em seu quarto. Mas então uma das
empregadas lhe entregou o envelope. O envelope com a maldita foto.
Sabia que era melhor
lidar com a situação sóbrio, que precisava falar
com Rachel e encarar a situação com o pouco de
dignidade que ainda lhe sobrava. Mas sua resistência estava
rachando e tudo no que ele conseguia pensar agora era na caixa
escondida no fundo falso do seu armário. A qual, pelo bilhete
que acabara de receber, fazia uma ideia a quem pertencia.
Você passou muito tempo fora, precisava se inteirar dos fatos. O curativo eu já te mandei, espero que ainda o tenha. Bem-vindo de volta, G.
~”~
David estava virando o corredor, em seu caminho
até o refeitório, quando foi brutalmente interrompido
por um puxão que o fez bater com as costas na parede.
- Pra que essa violência? - ele olha
indignado para o seu agressor, percebendo que na verdade se tratava
de uma agressora: Rachel Martin.
- Foi você, não foi? - ela não
parecia muito feliz, com a postura tensa e uma tempestade de raiva
nos olhos escuros.
- O que aconteceu? - Dave já estava
ficando assustado com aquela situação, mas então
ela lhe empurra uma foto e quando ele vê a imagem de si mesmo
beijando Rachel, ele entende tudo.
- Cody viu?
- É claro que ele viu! Você manda
essa merda pra casa dele e quer que ele não veja?
- O que? Rachel, essa foto não é
minha, eu não mandei isso pra ele! Eu nem sabia da existência
disso aqui. Olha, se você quiser eu vou falar com ele, digo que
você não...
- Não. Não importa mais agora.
Pelo seu tom David soube que estava tudo acabado.
Rachel e Cody tinham terminado. A descoberta o deixou com uma
sensação agridoce, estava feliz por ela ter se livrado
daquele idiota, mas a tristeza em seu olhar acabou com ele. Thompson
precisava descobrir quem mandou aquela foto para Cody. Tinha que lhe
ensinar a não ficar se entrometendo na vida dos outros assim,
principalmente na de Rachel.
~”~
“Every time I'm drinking
Try to stop my thinking
About the things I've said and done
Stop the world from turning faster
Than I'm learning not to just hide and run”
Try to stop my thinking
About the things I've said and done
Stop the world from turning faster
Than I'm learning not to just hide and run”
- Eu ainda não entendi, você gosta
do David, pra que fazer Rachel e Cody terminarem?
- Pelo show, é claro. E se ela chegar
perto do David de novo, eu posso tirá-la do caminho rapidinho.
Que cara é essa?
- Você não pode ficar brincando com
a vida deles assim. Acho que chegamos longe demais.
- Longe demais? Eu não estou nem perto de
onde quero chegar ainda.
- Tem razão, você não matou
ninguém ainda. Ah, espera, talvez esse seu próximo
passo vá.
- Eu não tenho culpa se ela não
sabe guardar segredos.
- Mas deve ter outras formas de faze-la aprender!
Sério Brenda, você já colocou pessoas o
suficiente numa cama de hospital!
- Eu não apontei uma arma na cabeça
deles e os obriguei a fazer algo. Fizeram porque quiseram.
- Não faça isso.
- Ou o que? Você vai me denunciar? Porque,
e eu sei que você sabe disso Emily, se eu cair, eu levo todos
vocês comigo.
~”~
David perde o equilíbrio e cai mais uma
vez do skate. Era a terceira em menos de dez minutos. Definitivamente
ele não estava em um bom dia para aquilo. Resolveu parar e
sentar em um dos bancos espalhados perto da pista de skate.
Tinha um embaixo de uma sombra bacana, mas não
sabia se deveria se aproximar, afinal Jessica Everdeen estava sentada
ali. Parecia agitada, balançando uma perna e girando o celular
nas mãos.
A relação entre eles não era
mais tao estranha, mas ainda assim ele não se sentia tao a
vontade em falar com ela. Afinal, foram dois anos de relações
cortadas.
Se considerasse essas variáveis, chegaria
a conclusão de que era melhor ignorá-la e seguir com
sua vida, já que tinha certeza que era isso o que ela faria,
mas quando deu por si, já estava sentado ao lado dela, fazendo
a pergunta de um milhão de dólares:
- Está tudo bem?
Jessica já o tinha visto se aproximando
(estava observando-o desde quando chegara no parque), por isso não
se surpreendeu em te-lo ali, mas estava tao presa em seus pensamentos
que se fosse em qualquer outra situação, teria levado
um susto. Chegava a ser engraçado até, na verdade. Ter
a razão de seu conflito interno sentado ao seu lado lhe
perguntando se ela estava bem. Sua situação deveria
estar mesmo desesperadora para o garoto que fingia não saber
de sua existência (a recíproca costumava ser verdadeira)
estar lhe fazendo tal pergunta.
Com um suspiro e um tom que não convencia
ninguém, ela optou pela saída mais segura:
- Está sim. E com você? - ela aponta
rapidamente para o esfolado no braço de David, recém
adquirido pela última queda.
- Meu equilíbrio resolveu me abandonar
hoje. Muita coisa na cabeça, eu acho.
- Rachel?
Dave ficou vermelho na hora, mas o tempo que
Jessica precisaria para se arrepender de tocar no assunto foi
substituído pela confusão que se seguiu.
Um carro cantou pneu numa rua ali perto e a
comoção foi instantânea. Os dois se olharam
assustados e levantaram do banco, seguindo os outros pedestres até
o local do barulho.
Um acidente, foi o que descobriram a se
aproximarem. Jessica conseguiu dar uma olhada na rua e viu que,
estirado no chão, no meio de todas aquelas pessoas, Joshua
Campbell jazia inconsciente.
O celular em sua mão vibrou e, tremendo, a
menina desbloqueou a tela, só para encontrar o motivo de todo
aquele carma negativo em sua vida:
Quietinha você fica mais bonitinha e menos perigosa para as pessoas a sua volta.
Ela não precisou assinar, nem se explicar
mais. Joshua estava pagando pela carta que Jessica mandara para
Rachel no hospital.
Brenda passara de todos os limites.
Ainda em choque, Jessica se obrigou a sair dali.
Já tinham chamado uma ambulância e ela não
confiava em si mesma naquele estado perto de David. Ia acabar
contando sobre a foto, a overdose de Rachel, tudo. É o que ela
queria fazer há um bom tempo. E mesmo com a recente ameaça,
ela não exitaria, estava cansada de tudo aquilo. Porém,
o resultado não atingiria só a ela, e isso, ao
contrário de todo o resto, ela podia evitar.
~”~
Quando Matthew recebeu a notícia, ele
realmente achou que fosse uma brincadeira de mau gosto, ou que Emily
estava zoando da cara dele. Brenda sofrer um acidente de carro e ir
parar em estado grave no hospital era para ser uma notícia
horrível, mas Matt não conseguiu frear o pensamento de
que talvez ela merecesse isso, por todas as coisas que ela
fez. Porém, se você parar para pensar, Fitch a ajudara
em quase todas aquelas “brincadeiras”, logo, ele também
merecia algo parecido? Não queria pensar nisso agora. Não
podia.
Um acidente como esse poderia chamar a atenção,
principalmente para onde o GPS de Brenda dizia que ela estava indo
quando perdeu o controle da direção (para o QG do
TheGossip). Matthew precisava sumir com as evidencias de que estavam
ligados à ela. Talvez deixasse algo que “incriminasse”
(entre aspas mesmo, porque não existe Lei direta para merda
feita na internet) somente Brenda, isso talvez a fizesse parar com
toda essa loucura. Porém, após fazer isso e chegar
finalmente ao hospital, a visão de Emily chorando ao lado da
mãe de Brenda e Jessica lhe balançando a cabeça
negativamente, confirmaram que Brenda realmente não faria mais
nada. Nunca mais.
~”~
Os três estavam assistindo o final da
cerimonia mais para trás das outras pessoas presentes. Emily
estava na lá frente, é claro, afinal era a sua melhor
amiga ali naquele caixão. Alison achou que era mais sábio
Jessie, Matty e ela não se aproximarem muito, visto que para
todo mundo eles eram meros colegas de escola. Era melhor deixar desse
jeito. Estava tudo acabado qualquer forma.
Mas então algo que ela só
presenciava do outro lado lhe aconteceu. Seu celular tocou ao mesmo
tempo dos de Jessica e Matthew. Nenhum deles sabia o que pensar
quando leram a mensagem:
Não precisam ficarem triste, eu ainda estou aqui. E eu sei de tudo. Bem-vindos ao outro lado. Xoxo – G.
Porém, uma coisa era certa, ao ver a
expressão surpresa de Emily os encarando lá da frente,
Alison soube que aquilo ainda não tinha acabado.
“But there's blood on my
hands
Yeah, there's blood”
Yeah, there's blood”
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Salut! Finalmente saiu o último flashback, aquele com a coisa fofa do Cody (ou não).
Dois meses sem atualização é até um bom tempo no meu histórico, então comemoremos!
Au revoir!
ps: se você sabe de onde é a imagem do início, vamos nos amar (e chorar junto)!
Olá! Só queria dizer que irei excluir essa conta, porém continuarei lendo teu blog e comentando em anonimo :)
ResponderExcluirOk love, obrigada pelo aviso (e por acompanhar o blog) <3
ExcluirEu shippo tanto o Cody com a Rachel. Não sei, eu gosto desses dramas e conflitos. Eu amo tanto o Cody, acho que é porque ele é "interpretado" pelo maravilhoso Cody Linley.
ResponderExcluirMas o que é que acontece com ele msm? Já que foi somente um flashback.
está maravilhoso o capítulo <³
não, eu não de onde é a foto, mas to curiosa dtgtdgt
~Anna
Cody e Rachel <3
ExcluirInfelizmente ele voltou pra reabilitação e não está mais na história :(
Fico feliz que tenha gostado do capítulo
A imagem é de um jogo: Life is Strange (acontece no final do jogo então não posso falar muito, vai que vira spoiler pra alguém... Mas aqui representa o enterro de Brenda)