terça-feira, 22 de março de 2016

Doce Sacrifício - Capítulo 35 [Sick Little Games - Harry Parte II]

Música tema: Sick Little Games [All Time Low]

We're all part of the same sick little games and I need to get away”

Harry pensara nas possibilidades milhares e milhares de vezes. Será que aconteceria alguma coisa se ele contasse? O que aconteceria se ele contasse? Nunca parou para pensar profundamente nisso porque nunca realmente pensou em contar.
Quando perdeu o controle da direção numa curva e seu carro capotou na pista, tudo no que pensou antes de perder a consciência era que ele nem havia contado ainda. E nunca iria.

~”~

Alison não podia acreditar. Ela viu acontecer, mas não podia acreditar.
Não tinha como aquele acidente ser mais inconveniente! Tudo bem, talvez essa não fosse a palavra e ela estivesse sendo um pouco egoísta ao pensar daquele jeito, mas poxa! Harry tinha que sofrer um acidente justo minutos antes de finalmente lhe contar seja lá o que ele tinha para dizer sobre G?
Está bem: Alison estava sendo egoísta. O acidente foi muito feio e ela duvida que Harry estava bem, e tudo no que ela conseguia pensar era que não teve a chance de descobrir o que ele sabia. Egoísta, certo, podemos seguir em frente.
Ainda tentando processar o ocorrido, Alison sai a procura de Jessica. Precisava lhe contar sobre isso. Era muito estranho, muita coincidência que isso acontecesse justo agora. Será que foi realmente um acidente? Se o que Harry tinha para lhes dizer era mesmo sobre G, será que ela deveria tratar o fato como um acidente?
Poderia discutir isso com Jessica assim que a encontrou, porém elas não puderam falar o que realmente pensavam, pois David estava ali com elas e era melhor não o meter nessa situação. Mas pelo olhar que Jessie lhe mandara, Ali soube que a amiga também estava tendo a mesma dúvida.

~”~

Dakota observava o garoto pelo vidro da janela, ele parecia melhor. Ela, ao contrário, estava acabada. Não conseguira pregar os olhos à noite, preocupada com o estado de Harry. A cena de seu carro perdendo o controle se repetia em um loop infinito na sua cabeça. Dakota preferia pensar que toda a sua preocupação era coisa de amiga, mas talvez, e só talvez, ela estivesse se deixando levar demais por seja lá qual for a relação que eles tinham. Por Deus, ela tinha acordado às sete da manha de um feriado só para ir vê-lo!
Tudo bem que “acordado” era superestimado, já que ela não dormira de fato, e bem, isso por si só já era preocupante. Dakota não podia deixar isso acontecer. Ele gostava de outra e em poucos meses ele iria para a faculdade, enquanto a loira ficaria ali, presa por mais três anos ao Ensino Médio. Ela não podia lidar com mais uma pessoa com quem ela se importava a abandonando, e aquele acidente lhe serviu muito bem para lembrá-la disso.

~”~

- Eu ainda acho que foi muita coincidência.
Alison e Jessica observavam a fachada do hospital, de dentro do carro da loira.
- Bem – Jess arruma seu cachecol em volta do pescoço, preparando-se para encarar o vento do lado de fora. – o TheGossip também não acha que foi só um acidente.
- Como assim? Espera! Você lê aquela merda?
- Eu não, mas o David estava meio nervoso por causa de uma enquete que anda rolando por lá. Ela pede pra você votar se acha que o culpado foi o Nick, por causa da mãe dele e da Alexandra, ou se foi o Raphael, por causa da Michelle e da Dakota.
É incrível como o laudo da perícia nem saiu ainda pra confirmar o que deu errado no carro, mas mesmo assim já tem pessoas prontas para bancarem o júri. Exatamente como aqueles programas policiais/jornalísticos sensacionalistas que saem julgando todo mundo a torto e a direito.
- Nick nunca faria uma coisa dessas! - será que ele sabia sobre essa enquete? Alison faz uma nota mental pra se lembrar de falar com ele depois. - E também não acho que o Raphael chegaria à tanto...
- Não. Parece extremo demais. Bem coisa de G mesmo.
As duas fecham suas jaquetas e descem do carro, andando em direção à porta do hospital. Precisavam falar com Harry antes que o horário de visitas acabasse. Só esperavam que as outras visitas tivessem ido no horário da manhã e que agora, já no fim da tarde, ele estivesse sozinho no quarto.
Não estava, porém. Sua tia continuava ali, mas graças a Deus ela os deixou a sós assim que as meninas chegaram.
- Como você está? - ele tinha um braço e uma perna engessados e agulhas perfurando o outro braço, Jessica realmente não sabia por que tinha feito aquela pergunta.
- Melhorando. - Hazz dá de ombros, já tinha perdido a conta de quantas vezes respondera aquela pergunta desde que acordara. Oitenta por cento das vezes, foi para a sua tia.
- Que bom. – Alison estava sendo sincera, mas a sua postura apresada a fez soar um pouco rude. Nada de muito diferente, tratando-se de Alison. - Sobre a mensagem que você nos mandou...
- Não era nada. Na verdade eu nem lembro o que eu queria dizer. – Harry desconfiou que era por isso que elas estavam ali no momento em que as viu cruzar a porta. Na verdade, ele pensara sobre esse assunto por uma boa parte do dia e já tinha chegado a uma conclusão. - Esqueçam isso.
Elas sabiam que isso poderia acontecer, que ele também desconfiaria que aquele acidente tinha sido coisa de G e mudado de ideia sobre contar o que ele sabia, porém ter a confirmação dessa hipótese foi como um banho de água fria pra elas.
- Tem certeza Harry? - Jessica o pegunta uma última vez, deixando claro no seu olhar que elas sabiam o que ele estava fazendo e que estavam lhe dando uma chance para reconsiderar.
- Tenho. - ele percebeu, mas já tinha tomado sua decisão e não tinha divindade no céu ou demônio no inferno que o fizesse mudar de ideia. - Não era nada.

~”~

Matthew as estava esperando quando elas chegaram à casa de Jessica. Antes de ir ao hospital com Alison, ela ligara para o garoto e o deixara a par de toda a situação com Harry, logo ele também estava super curioso para saber qual era o envolvimento de Jones com G. Infelizmente, descobriu que teria que conviver com a dúvida quando as meninas lhe contaram sobre a decisão de Harry.
Matty não o julgava, no entanto, pois se estivesse no seu lugar faria a mesma coisa. G deixara bem claro que não o pouparia se ele abrisse a boca e se o menino fosse esperto e tivesse amor a vida, ele acataria com os termos sem pestanejar. Porém, Matty tinha que confessar que ficara um tanto quanto decepcionado. Se Harry lhes contasse algo grande, Matthew esperava que eles conseguissem ficar mais próximos de saber quem é G e acabar com essa história de vez. Mas, pelo visto, ela continuaria atormentando suas vidas e os tratando como marionetes de seu show particular por mais um bom tempo.

~”~

Harry detestava ter que passar a noite num hospital, por isso sua cara de desgosto ao descobrir que teria que ficar aquela madrugada ali em observação não foi grande surpresa. Em observação. Como se não tivessem feito isso o dia inteiro. Ele poderia reclamar um pouco mais se não estivesse tão cansado. Aquele foi um 1º de janeiro muito estranho. Ainda bem que Hazz não tinha superstições de ano novo, ou ficaria um pouco preocupado com o ano que teria pela frente.
Foi um dia estranhamente agitado, apesar de ele não ter se movido um centímetro (claro, se você não contar as experiências traumatizantes de hospitais, como ter que tomar banho com a ajuda de enfermeiras e da sua tia). Sua mente ainda estava tentando processar todos os acontecimentos, ele estava achando a tarefa particularmente difícil porque cada um deles lhe proporcionava emoções diferentes.
Optou por recapitular o seu dia em ordem cronológica, como sempre fazia antes de dormir, pra ter certeza que não tinha esquecido nada. Primeiro, ele estava um tanto intrigado pelo o que sua tia lhe contou logo que ele acordou pela manhã. Dakota esteve ali desde o início do horário de visitas até o momento que soube que ele acordara, mais de uma hora depois, e sem lhe dar nem sequer um “oi”, ela foi embora, assim sem mais nem menos. Qual era o ponto em ficar todo aquele tempo ali (na manhã de um feriado), se assim que ele acordou e eles poderiam conversar, ela vai embora?
Ele a mandou uma mensagem quando seu tio chegou com o seu celular, mas ela não o respondera, o que era esquisito, já que os dois estavam sempre trocando mensagem, mesmo quando era desnecessário.
Harry poderia ter dado mais atenção a esse fato, se o seu quarto não tivesse virado um entra e sai de pessoas conhecidas e de enfermeiros o dia todo. Ele poderia achar aquilo ruim, mas então Alexandra passou pela porta e ele entendeu o sentido daquela frase “há males que vem pra bem”, porque, poxa, era a Lexie, bem ali na sua frente, toda preocupada com ele... Tudo bem, hora de admitir: Harry estava se tornando sadomasoquista. Porque não tinha outra explicação para o fato de ele se negar seguir em frente e esquecer de uma vez dessa sua paixão não correspondida (o tipo de paixão mais comum e mais filha da puta, verdade seja dita). Mas é óbvio que a sua alegria não ia durar muito, porque é claro que ela tinha que se despedir dizendo que estava indo ver Nicholas, a.k.a., O Namorado.
Não teve muito tempo para se afundar na fossa porém, porque logo quem ele imaginou que apareceria, realmente apareceu. Indiretamente, o motivo de ele estar naquela cama de hospital: Jessica Everdeen e Alison Fitzgerald.
Harry preferia ter os dois braços arrancados à admitir que estava com medo de abrir a boca, mas ele estava. Muito. Então não, ele não se arrependia de ter ficado quieto sobre tudo o que ele sabia. Aprendera sua lição.
A única razão do que o incomodava de verdade foi visitá-lo na manhã seguinte. Pra falar a verdade, Harry nem achou que ele fosse, mas lá estava: Taylor Holdman, encarando-o ao lado da porta (fechada, é claro. Aquele não era um assunto pra qualquer um ouvir).
- Fico feliz em saber que você está bem.
- Não graças à você, não é? Sabe, eu realmente pensei ter ouvido você dizer que éramos amigos, mas devo ter confundido a palavra.
- Eu não sabia sobre isso. Juro! Mas você tem que admitir que o que você fez foi bem estúpido. No que você estava pensando?
Perfeito! O cara achava que estava no direito de dar bronca em Harry! Sabe o Harry? Aquele seu suposto amigo que estava todo engessado numa cama de hospital? Pois então...
- Não importa mais. O que disseram?
- Que vocês estão bem. Quer dizer, mais ou menos. Confiar desconfiando, sabe como é.
- Certo. Pode ir agora.
- Eu não sabia Harry, é sério.
- Tudo bem. - mentira, não estava. E Hazz nem sabia se Taylor estava falando a verdade, e mesmo se estivesse, ele estava puto com toda aquela situação e Taylor parecia um ótimo bode expiatório no momento.
- Ok. - Taylor também não parecia muito alegre, talvez porque não estava acostumando com pessoas o destratando. Harry não podia se importar menos. - Eu já vou então.
Vai tarde.


Losing it all on these sick little games”

2 comentários:

  1. Meu deus! Essa fic ainda existe??? Amém que você voltou ♥ (e eu também q)
    bem suspeito esse carro capotar justo quando ele ia contar o segredo jhghfds não foi assim q a brenda morreu? O nome dela é Brenda né? Não lembro, faz tanto tempo q li hghdcshhjds
    ai quando você pensa que ganha mais pistas para saber quem é g, ela faz isso shfhhu
    o taylor fazia parte do grupo, não é? Você pode me lembrar quem era envolvido? Eu to lendo, mas algumas coisas eu não entendo porque não lembro. De qualquer forma, ta tudo maravilhoso, posta logo o próximo ♡

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    1. Existe!! Demos graças!!
      Suspeitosíssimo mesmo... E sim, foi assim mesmo que ela nos deixou. Coincidência?
      Então, Taylor tem a ficha suja sim, e por enquanto é o único que dá pra ter certeza (garoto mau caráter, sabe como é).
      Obrigada por comentar linda. Kisses!

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