sábado, 23 de novembro de 2013

Doce Sacrifício - Capítulo 25 [Hell and back - Michelle II]

"I went to hell and back just to be where I am today"
Musica tema: Hell and Back [Tonight Alive]

Um alarme começa a soar no fundo da mente de Michelle, trazendo-a para a consciência aos poucos. E conforme ela ia acordando, o barulho ficava cada vez mais alto, até ela perceber que era o despertador de seu celular que estava apitando.
Ainda de olhos fechados, ela tateia com a mão pela cama até encontrar o criado-mudo e em cima desse o aparelho que a tirou de seu merecido descanso.
Michelle abre um olho lentamente, notando que ainda estava um pouco escuro ali. Ela vira para o outro lado, agora com os dois olhos bem abertos e percebe que aquela não era a sua cama. Sentindo uma dor de cabeça terrível, a loira percebe também que assim como aquele cobertor, a camiseta que usava não lhe pertencia.
Com espanto, e certo esforço, ela levanta-se da cama, se apoiando no acento de cor creme em frente ao pequeno balcão marfim com um enorme espelho pendurado na parede. Michelle encara seu reflexo: o cabelo curto todo bagunçado, os olhos confusos e a cara amassada de sono; mas o pior mesmo era aquela camisa cinza gigante que ela estava usando. De quem era aquilo? Onde ela estava? O que aconteceu na noite passada?
Sua cabeça começa a girar e ela precisa se sentar na cadeira ao seu lado para não cair. Flashes dos acontecimentos da noite anterior lhe atingindo tudo de uma vez: E-Zine. Harry. Drogas. Raphael. Beijo. E... água?
Uma batida na porta tira Michelle de suas lembranças confusas e assim que ela abre a porta e encontra um garoto de calça de moletom cinza e regata branca parado na sua frente, a menina quase tem um colapso.
- Bom dia – Raphael diz sorridente, ele nota a confusão nos olhos da garota, mas decide ignorar. Ela estava em seu direito.
- Bom... dia. Onde... onde eu estou?
Raphael não conseguiu evitar soltar uma leve risada antes de responder:
- Na minha casa. Mais especificamente num dos quartos de hóspedes.
Quarto de hóspedes. Graças a Deus! Isso significa que ela não dormira com ele. Michelle podia beijá-lo agora mesmo de tão feliz que ficou.
- Eu trouxe isso pra você – ele mostra o vestido florido e o cardigan marrom em suas mãos, indo até a cama e estendendo as duas peças de roupa ali. – São da minha mãe. Você pode usá-las enquanto as suas estão secando.
E então Michelle percebe que estava só de camiseta e calcinha na frente dele e cora violentamente.
- Secando? O que aconteceu com elas?
- Bem, você meio que acabou com uma garrafa inteira de uísque do meu pai e a junção com seja lá o que for que você tinha tomado antes não resultou num efeito muito bom. Num dado momento você resolveu se jogar na minha piscina com roupa e tudo. E depois você vomitou em cima delas.
Michelle esconde o rosto entre as mãos, querendo se enfiar debaixo das cobertas e não sair de lá nunca mais de tanta vergonha que sentia. Como ela fora capaz de fazer uma coisa dessas?!
- Vou te esperar na cozinha – Raphael sai do quarto, fechando a porta do mesmo.

~”~
- Eu disse que ia servir.
 É a primeira coisa que Michelle ouve ao chegar à cozinha. Ela olha para a dona daquela fala, encontrando uma mulher nos seus quarenta anos, cabelos pretos presos num coque no alto da cabeça e um avental branco por cima do vestido cinza.
- Michelle, Anna. Anna, Michelle – Raphael as apresentam rapidamente, apontando de uma para a outra.
- Olá – Michie a cumprimenta, recebendo um sorriso caloroso e um aceno de cabeça em troca.
- Café? – o garoto aponta para a mesa posta a sua frente. Toda aquela comida faz o estômago de Michelle roncar.
Acanhada, a garota senta numa das cadeiras e pega o sanduíche do prato a sua frente. Ela dá uma mordida generosa antes de perguntar:
- Onde estão os seus pais?
- Foram para um casamento em Boston. Só voltam... – Raphael pára pra pensar a respeito. Quando mesmo que eles iam voltar?
- Amanhã – Anna completa, colocando uma jarra de suco em cima da mesa.
- Amanhã – Rapha sorri, como se tivesse sido ele a se lembrar disso ao invés da empregada. – E sem querer apresar, mas você precisa comer logo se quiser passar na sua casa pra pegar seu uniforme.
Uniforme? Ah, claro: aula.
- Sem chance que eu vou pro colégio hoje. Minha cabeça está explodindo!
Raphael pega uma cartela de remédios ao lado de seu prato e a estende pra Michelle.
- Imaginei que isso ia acontecer – ele explica, dando de ombros.
A loira pega um dos comprimidos, tomando junto com um pouco de água, sentindo-se estranhamente desconfortável com o olhar do garoto sobre ela. Por que ele tinha que ser tão legal? Por que ele tinha que ter olhos tão lindos? E o mais importante: por que ele tinha que ter uma namorada? Por quê?
- Você pode voltar lá pra cima e dormir mais um pouco se quiser.
- Mas e você?
- Vou subornar a Anna pra não contar aos meus pais sobre eu não ter ido pro colégio hoje.

~”~
Um vento gelado passa por Michelle quando esta sai do carro, obrigando-a a apertar ainda mais sua jaqueta em volta do corpo. Aquele ia ser um longo inverno.
Michelle sobe os degraus que levavam até a porta de entrada da maneira mais lenta que sua paciência permitia. Ela nunca pensara que voltar pra casa podia ser tão desalentador.
Tudo o que ela queria agora era um bom banho e uma maratona da sua série preferida. Talvez ela ligasse para Nicole e Cassie mais tarde, programando algo para fazer no dia seguinte. Aquele sentimento de solidão devia ser resultado do seu momento de ócio.
- Onde você estava? – a voz de sua irmã caçula pega a garota de surpresa. Ela pensa em simplesmente ignorá-la e subir os degraus da escada ao seu lado, mas a menor continua: – Deixe-me adivinhar: com Raphael.
Michelle então olha diretamente para a menor pela primeira vez: a loira estava sentada numa das poltronas de cor creme, com seu notebook no colo e sorria para a irmã de forma convencida. Michelle conhecia aquele sorriso. E nada de bom vinha dele.
- Como você sabe?
- Todo mundo já sabe – Dakota tira o computador do colo e o coloca em cima da mesinha de centro, com a tela virada para a mais velha, que rapidamente atravessa a sala e também senta em uma das poltronas, fitando atônita o que sua irmã queria lhe mostrar: o TheGossip, é claro. Aquele site estava sempre ligado com tudo de ruim que acontecia ultimamente. E aquilo era muito ruim: três fotos com data e hora (e uma legenda que Michelle preferiu ignorar) mostravam a sequência dos fatos da noite passada: Michelle e Raphael abraçados no estacionamento do E-Zine; os dois se beijando no seu carro (era em horas como essa que Michelle se arrependia por ainda não ter trocado o insufilm dos vidros por um mais escuro) e então eles adentrando a residência dos Duncan. Não é preciso pensar muito para saber o que qualquer um concluiria disso. E o pior de tudo era que no final da notícia tinha uma foto dos dois se beijando naquela festa de meses atrás. Seja lá quem for que tirou essas fotos só estava esperando algo como a noite passada para soltar essa ultima imagem e deixar subentendido que os dois já estavam juntos há muito tempo. Com certeza era o que todo mundo pensava agora.
- Vocês foram a notícia número um no Roundview hoje. Eu não sei se os dois não terem ido pro colégio foi melhor ou pior, mas de qualquer forma: – Dakota levanta-se e fecha o notebook, colocando-o embaixo do braço e aproxima-se da irmã, falando num tom de voz mais baixo: – Meus parabéns maninha. Eu realmente duvidava que você fosse fazer isso – então ela dá de ombros, com um sorriso sínico nos lábios. – Pelo visto eu me enganei.
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Minusculo define. Esse era só o final do cap. passado, não deu pra deixar naquele se não iria ficar muito enorme. Pretendo postar o próximo em no máximo uma semana, vamos ver se eu consigo (fingers crossed).
Also: comprei "McFLY Unsaid Things" e é a coisa mais legal que já li, sério. Se eu não tivesse essa pseudo-regra de demorar mais de cinco dias para ler um livro, eu o teria terminado em dois, mas sou ótima enrolando então...
Well, this is it. ~Chu.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Doce Sacrifício - Capítulo 24 [Just Friends - Michelle I]

"So much for keeping this, just friends, shut up and kiss me now"
Musica tema: For Baltimore [All Time Low] ♥

O sol estava se pondo quando Michelle chegou ao túmulo da mãe. As lágrimas que ela segurava desde a hora que saíra de casa caíram de uma vez só. Ela não podia acreditar na merda que se transformara a sua vida. A sua família.
O fino relógio de ouro que Michelle usava no pulso esquerdo marcava 12:33 quando ela desistiu de esperar e pediu para sua empregada de meia-idade, Lauren, pôr a mesa do almoço. Michelle já estava se acostumando a comer sozinha quando estava em casa, mas aquilo ainda a aborrecia. Toda aquela solidão lhe tirava o apetite e logo ela já estava se retirando da mesa.
Michelle voltou pra sala a tempo de ver sua irmã mais nova adentrar a casa e teve que reprimir um grito de espanto. Ela não sabia o que era pior: a meia-calça preta cheia de rasgos, o short de couro minúsculo, a maquiagem pesada e toda borrada ou o cabelo loira que mais parecia um ninho de ratos.
- Mas o que foi que aconteceu com você?
Dakota esboça um sorrisinho, divertindo-se com o horror da irmã.
- Noite agitada. O coroa já chegou?
- Não. Acho que nem dormiu em casa.
- Provavelmente passou a noite num motel com alguma puta de luxo.
- Dakota!
- Estou mentindo por acaso? – ela retira seu par de coturnos dos pés e os joga num canto qualquer. – Agora se me der licença, estou morrendo de fome – a mais nova passa pela irmã, dirigindo-se até a sala de jantar, onde a mesa do almoço ainda estava arrumada.
Michelle passa a mão pelos cabelos e meneia a cabeça para os lados. Onde estava sua irmã doce e ingênua, viciada em cor-de-rosa? Porque aquele projeto de delinquente gótica não era a Dakota que ela conhecia.
Com uma mala em mãos, Lauren desce as escadas apressadamente, parando no primeiro degrau para tomar fôlego.
- Pra que a mala, Lauren?
- É pro seu pai. Ele pediu pra Paul levá-la até o aeroporto, onde ele já deve estar esperando impaciente.
- Aeroporto? Ele vai viajar?
- Por três semanas.
- Mas ele não me disse nada – Michelle diz em desalento. Na verdade ele não falava nada sobre muitas coisas. Ela nem conseguia se lembrar a última vez que os dois tiveram uma conversa decente.
Lauren a olha por um instante. Ela cuidava de Michelle desde pequena e odiava vê-la triste, mas não havia muito que ela podia fazer. Depois da morte de sua esposa, Mario nunca mais foi o mesmo. Nem a pequena Dakota, que começara a se rebelar.
- Vou pedir a Paul pra levar a mala pro carro, com licença.
Lauren passa pela porta, deixando uma Michelle estática no meio da enorme sala, encarando a mala de seu pai, sentindo-se sufocada.
As lágrimas não cessaram desde que Michelle chegara ao cemitério. Quanto mais ela olhava para as letras na lápide, pior ela ficava. Ela sentia tanto a falta da mãe.
A loira levanta num pulo, decidida a se esquecer da porcaria de família que sua mãe deixara pra trás.

~”~
O Sr. e a Sra. Everdeen estavam em sua sala, sentados confortavelmente no estofado de cor creme, conversando animadamente com Linda e seu marido Billy, enquanto esperavam Marta terminar o jantar.
No andar de cima, Jessica e David matavam tempo, longe da conversa chata dos adultos. A garota não parecia de bom humor, reorganizando seus enfeites e caixas nas prateleiras, enquanto David olhava sua coleção de CD’s, fingindo não prestar atenção na hiperatividade da outra, afinal ele sabia muito bem o porquê daquele comportamento e talvez ele não devesse tocar no assunto, mas os pais dela estavam lá embaixo, juntamente com sua mãe, qualquer coisa era só gritar por socorro.
- Você falou com Alison depois de sexta? – ele pergunta assim que Jessica senta ao seu lado no tapete verde felpudo.
- Não – ela responde vagamente, passando os olhos pelos títulos dos livros postos na estante ao seu lado.
- E quando pretende ouvi-la?
Jessica suspira. De todos os assuntos que David podia começar, esse era o pior. Ela não queria brigar com ele, não hoje.
- Não tão cedo.
- Deixe a garota se explicar, Everdeen.
- Isso não tem explicação, Dave! Ela contou, fim da história – ela sabia que estava exagerando um pouco, mas é que ela não conseguia entender. Alison nunca se incomodou com isso, às vezes ela até acompanhava a amiga. Alison dissera várias vezes que não se intrometeria enquanto Jessica não passasse dos limites e ela estava longe disso. Então por que ela contou?
- Pois eu ainda acho que você deveria agradecê-la, aquilo ainda ia acabar com você – David a tira de seus pensamentos, repetindo o que ele sempre dizia em relação a isso.
- Não começa, por favor – Jessica revira os olhos e deita em seu tapete, com os joelhos dobrados, que logo viram suporte para o braço direito de David; outro folgado.
- Porta! – a voz de Erick é ouvida do corredor. Jessica levanta-se e abre a porta de seu quarto, voltando a se sentar ao lado de David logo em seguida.
O garoto a olho com o cenho franzido, claramente confuso.
- Ele só está puto comigo – ela revira os olhos mais uma vez, para mostrar como a atitude do pai era desnecessária. – Nada que uma madrugada jogando Battlefield com ele não resolva – Jess esboça um sorriso divertido, sendo acompanhada pelo garoto.
- Vocês têm uma maneira bem peculiar de resolverem as coisas – ele observa, passando a mão pelos cabelos da garota, após ela deitar-se em seu colo.

~”~
Michelle desce de seu carro, trancando-o e guarda a chave no bolso de sua jaqueta preta. Ela passa pelos carros, procurando por um em específico e tem um momento de alívio ao notar que ele não estava ali.
Ir ao E-Zine a procura de Harry era realmente uma ideia muito estúpida, que ia contra tudo o que ela dissera a sua irmã: sobre ser mais responsável e pensar nas consequências. Mas ela realmente não estava dando a mínima para isso no momento.
Ela só precisava não encontrar com nenhum outro conhecido, mas como Murphy nunca foi muito com a sua cara, toda a alegria que a garota sentiu no estacionamento evaporou ao olhar para a quadra de basquete mais a sua frente: Raphael estava ali, jogando com outros garotos.
Michelle dá meia volta, levando seus saltos caros para a direção contrária. Aquele lugar era enorme, pode ser que eles não se encontrem de novo. A loira realmente contava com isso.
Um vento gelado passa por ela e Michie agradece mentalmente pela jaqueta preta e a blusa xadrez vermelha que colocara por cima da regada branca antes de sair de casa. Casa: o lugar para o qual ela não pretendia voltar essa noite.
Escorado na parede do galpão que dava acesso a piscina, Harry observava o fluxo de pessoas entre uma tragada e outra de seu cigarro.
- Harry! – ele olha na direção que viera a voz, encontrando uma Michelle andando apressada até ele. O garoto desencosta-se dali, indo até a loira, parando a poucos centímetros dela.
- Procurando por sua irmã? – ele questiona, ajeitando o gorro em sua cabeça com a mão livre. – Eu não a vi hoje.
- Não – Michie passa os olhos ao seu redor, procurando um ponto para fixá-los, qualquer um. Por algum motivo ela não conseguia fitar aquelas íris negras. – Eu vim te procurar, mas não é pela Dakota.

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Raphael fecha o zíper de sua jaqueta e guarda seu celular num dos bolsos da mesma. Ele e Logan andavam pelo estacionamento do E-Zine, ambos rindo sobre algo que Miller acabara de contar.
Não tão distante dali, Harry abre a porta do carro de Michelle para que essa pudesse sair, mas antes de fazê-lo, ela pega o gorro do garoto que estava jogado no banco do motorista e o coloca em sua cabeça. Ele sorri e levanta-se do banco, saindo atrás da garota, que se apóia num dos veículos a sua frente, pois ainda estava tonta.
- Tudo bem Michie, pode me devolvê-lo agora.
- Então vem buscar – Michelle dá alguns passos para longe dele, andando de costas, até que acaba batendo em alguma coisa. – Opa! – ela começa a rir, mas pára assim que se vira e vê no quê, ou melhor: em quem ela havia esbarrado.
Raphael fita os olhos castanhos dilatados da loira a sua frente e então por cima de seu ombro, vendo que Jones vinha em sua direção. Ele fica confuso com a cena. O que os dois estavam fazendo ali? A camiseta de Harry colocada do avesso lhe deu uma noção e Raphael não gostou nada da descoberta.
- Uma não era o suficiente? Tinha que arrastar as duas irmãs com você?
- Não começa Duncan, não começa – Harry revira os olhos e tira seu gorro da cabeça da garota, colocando-o de volta na sua própria.
O ato faz com que alguns fios do cabelo de Michelle ficassem bagunçados e Raphael precisa reprimir sua vontade de arrumá-los. Eles pareciam tão macios. O garoto balança a cabeça para se livrar daqueles pensamentos gays.
- Me abraça? Estou com frio – Michelle passa seus braços em volta da cintura de Raphael, que olha furioso para Harry.
- E depois você quer que eu não diga nada!
- Eu disse pra ela ir com calma, não tenho culpa se ela não me ouviu – Harry dá de ombros e esboça um sorrisinho, só para provocá-lo.
- Você é um imbecil, sabia? – Raphael dá um passo em sua direção, com ainda mais raiva.
- Opa! Calma aí – Logan, que até agora só observava a conversa, decide intervir antes que seja tarde. Ele coloca uma mão no ombro de Raphael e olha para Harry. – É melhor você ir agora se quiser chegar inteiro em casa.
Ouvindo isso, Michelle vai até o garoto, segurando-lhe a mão e lhe dá um beijo na bochecha.
- Tchau Harry. Dirija com cuidado. E não se esqueça: as árvores têm preferência na hora de atravessar a rua.
Ele e Logan riem pela última fala da garota e Harry passa a mão por seus cabelos, bagunçando ainda mais os fios.
- É um amor de garota.
- Vaza Jones! – ele dá uma piscadela na direção de Michie antes de fazer o que Raphael disse.
- Confessa que assim ela fica muito mais legal – brinca Logan, observando a garota virar a cabeça para olhar as estrelas de tal forma que ele e Raphael acharam que ela ia acabar caindo pra trás. – Ela não vai conseguir chegar em casa sozinha desse jeito, acho melhor eu levá-la.
- Não precisa, eu faço isso.
- Tem certeza? – Raphael só balança a cabeça afirmando e Logan dá de ombros. – Tudo bem então. Tchau Michie.
- Tchau Logan – ela sorri pra ele e dá um tchauzinho com a mão. – Minha amiga gosta muito de você. Dê um abraço na sua mãe por mim.
- Certo – o garoto precisa segurar o riso pra garota que agora mantinha os braços esticados na horizontal, girando sem sair do lugar, ainda olhando para o céu. – Boa sorte aí cara – ele dá dois tapinhas nas costas de Raphael antes de deixar os dois sozinhos ali.
- Tudo bem Michelle. Hora de ir pra casa – Rapha segura seu braço esquerdo, fazendo-a parar de girar e se apoiar nele, ainda mais tonta do que estava antes. Ele a leva até o seu carro, abrindo a porta do passageiro para ela entrar, depois dá a volta no veículo e senta no banco do motorista, estendendo a mão direita na direção da garota. – Cadê a chave? – ela coloca a mão no bolso da jaqueta, tirando sua chave com um chaveiro do Finn* dali de dentro e a depositando na mão do garoto.
Durante o percurso nenhum dos dois falam mais nada. E em meio ao silêncio, enquanto olhava pela janela, Michelle ia aos poucos retomando sua lucidez. Mas ela só percebeu o caminho que fizeram quando o carro parou numa rua que não era a sua.
- Pensei que você ia me levar pra casa.
- Sim, pra minha casa. Ou você quer que a Dakota te veja desse jeito? – ele olha diretamente para ela, com uma sobrancelha arqueada e Michelle dá de ombros, olhando para algum ponto fixo a sua frente.
- Aposto que ela nem ia notar. Ninguém liga pra mim naquela casa.
- Isso não é verdade. Tenho certeza que seu pai liga.
A loira solta uma gargalhada por aquela ideia absurda e só pára ao notar o semblante sério do garoto ao seu lado.
- Oh, você estava falando sério. Mas relaxa aí porque ninguém se importa comigo.
Raphael se ajeita no banco, virando o corpo de frente para ela.
- Eu me importo.
- Mesmo?
- Mesmo – ele chega mais perto e ela inconscientemente faz o mesmo.
- Bastante?
- Bastante.
Michelle fecha os olhos, nem um pouco convencida.
- Mentiroso – e então ela os abre, surpresa ao sentir os lábios do garoto contra os seus.
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*Finn: Personagem de "Adventure Time".
Heeeeey people! Voltei! Sentiram saudades? (não.) Sim, estou mais feliz que o "normal". Motivo? Baby Fletcher! Tá, eu sei, faz algum tempo que eles anunciaram, but still. Acho que vou comemorar até a páscoa (credo! até parece que o bebê é seu!) enfim...
Sobre o capítulo: me deu a louca e resolvi fazer como em "Skins" e colocar uma personagem de principal em cada capítulo. Até quando vai durar? Não faço a menor ideia, mas espero que apoiem a mudança e mesmo que não: VOCÊS NÃO TEM ESCOLHA, visto que o esquema já está todo montado na minha cabeça. Então se não gostou: Fuck off and die! u_u [brincadeirinha!]
Ah sim, já ia esquecendo: esse cap. é dedicado a linda da Luh por ter sido a única a comentar nos dois últimos capítulos ♥♥ [indireta, a gente se liga em você]
~Chu.